Cirurgia Ortognática

O que é a cirurgia ortognática?

Todos os anos, centenas de pacientes que sofrem de dificuldades funcionais decorrentes de deformidades faciais têm a oportunidade de mudar suas vidas através da cirurgia ortognática.

A cirurgia ortognática é um procedimento realizado pelo cirurgião-dentista especialista em cirurgia bucomaxilofacial e que visa à correção de anormalidades de posição ou alinhamento da maxila ou da mandíbula. Esta cirurgia é uma opção para deformidades dento-esqueléticas moderadas e severas que não podem ser resolvidas somente com ortodontia. A cirurgia alinha os dentes com suas bases ósseas, resolvendo simultaneamente problemas funcionais e estéticos.

A cirurgia ortognática, que é uma combinação de procedimentos cirúrgicos e ortodônticos, pode ajudar o paciente de diversas formas:

  • Facilitando ou possibilitando a mordida e a mastigação. Corrigir arcos dentais que não estão alinhados é a razão mais comum para a realização da cirurgia.
  • Corrigindo assimetrias faciais, melhorando assim a aparência do paciente com pouco ou muito queixo, ou que mostra muito as gengivas ao sorrir.
  • Reduzindo o risco de desenvolvimento de desordens temporomandibulares.
  • Reparar defeitos decorrentes de traumas.
  • Promover melhoras do sono, especialmente em pacientes que sofrem de apnéia do sono.

O que acontece antes, durante e depois da cirurgia?

A preparação para cirurgia ortognática geralmente começa com tratamento ortodôntico. Depois de os dentes estarem alinhados, a cirurgia é agendada. Em raros casos, a ortodontia pode não ser necessária.

Dependendo das necessidades de cada paciente, a cirurgia é realizada na maxila (arco superior), mandíbula (arco inferior), ou em ambos. A cirurgia é realizada através de cortes dentro da boca, ou seja, não há cicatriz na região da face ou do pescoço. São feitos cortes nas bases ósseas que sustentam os dentes, e os fragmentos são reposicionados de acordo com as posições planejadas no pré-operatório. Quando o cirurgião julga que o posicionamento das arcadas está correto, estas são fixadas com a ajudas de placas e parafusos cirúrgicos.

A estada no hospital, nos casos em que não houver nenhum imprevisto, variam de um a três dias. Recomenda-se que o paciente se recupere, em casa, por um período de duas a quarto semanas depois da operação. Durante a recuperação, o paciente deve respeitar uma dieta de líquidos e alimentos pastosos, além de guardar repouso relativo.

Na maioria dos casos, os pacientes continuam a usar o aparelho ortodôntico mesmo depois da cirurgia para que o encaixe dos dentes seja refinado. Novas consultas com o ortodontista serão necessárias, e este tratamento pós-cirúrgico pode durar de um a dois anos.
A cirurgia ortognática deve ser realizada depois de o crescimento corporal estar terminado, ou seja, depois dos 15 anos para mulheres e dos 18-21 anos para homens.

Tipos de cirurgia

Osteotomia maxilar

O paciente que tem uma maxila significativamente reduzida, posicionada anteriormente ou que sofre de mordida aberta pode beneficiar-se de uma osteotomia maxilar.
Neste procedimento, o cirurgião faz um corte abaixo das órbitas (cavidades que contém os olhos) de forma que a arcada superior (incluindo o céu da boca e todos os dentes de cima) pode ser movida na direção desejada.

Depois de as arcadas alinharem-se, parafusos e placas cirúrgicos extremamente delicados são usados para a fixação dos fragmentos na suas novas posições.

Pacientes com mordida aberta (apertognatia) tem dificuldades mastigatórias em função do espaço existente entre os dentes superiores e os inferiores. Este espaço é consequência de crescimento ósseo somente na região dos molares. O que é normalmente uma superfície plana torna-se angulada de tal forma que não é possível tocar os dentes anteriores quando a boca se fecha. O cirurgião, então, remove esse exceso ósseo para permitir um fechamento bucal adequado.

Osteotomia Mandibular

O paciente que tem uma mandíbula significativamente reduzida ou aumentada, ou que sofre de mordida aberta pode beneficiar-se de uma osteotomia mandibular.

Neste procedimento, o cirurgião faz um corte atrás dos molares inferiores de forma que a arcada inferior pode ser movida gentilemente até a posição desejada. Depois de as arcadas alinharem-se, parafusos e placas cirúrgicos extremamente delicados são usados para a fixação dos fragmentos na suas novas posições.

Cirurgia combinada

Paciente com deformidades faciais que envolvam ambas as arcadas dentárias podem ser tratados de maneira mais eficaz através de uma cirurgia combinada. Nesta cirurgia, os dois procedimentos descritos anteriormente são realizados simultaneamente.

O cirurgião faz cortes nas arcadas superior e inferior, que serão movidas gentilemente até a posição desejada. Depois de as arcadas alinharem-se, parafusos e placas cirúrgicos extremamente delicados são usados para a fixação dos fragmentos na suas novas posições.

Genioplastia

O paciente que tem uma mandíbula significativamente reduzida normalmente tem também seu mento (queixo) bastante deficiente. Esta deficiência pode ser resolvida através de um procedimento denominado genioplastia, que muitas vezes é realizado simultaneamente à movimentação da mandíbula.